quarta-feira, 10 de julho de 2013

Manifesto contra pedágio paralisa rodovia

Cerca de 2000 pessoas se reuniram para protestar contra o pedágio, no dia 28 de junho. A manifestação foi articulada pelas redes sociais e reuniu moradores do 5º distrito de Magé, Praia de Mauá, que fica a poucos metros do pedágio. O pedágio, que se instalou no município na década de 80, vem prejudicando o crescimento da cidade e para os manifestantes, “é um câncer” que trava o desenvolvimento de Magé. No início, a praça era administrada pelo governo federal, mas a CRT (Concessionária Rio Teresópolis) ganhou a concessão para operar a rodovia. Para alguns, a estrada foi construída com o dinheiro do povo e entregue de mãos beijadas pelo governo a empreiteiras, que geralmente arcam com as campanhas de políticos. Em agosto de 1995, a Construtora OAS venceu a concorrência do DNER para a administração da rodovia e convidou as empresas Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S/A, Construtora Queiroz Galvão S/A e EIT-Empresa Industrial Técnica S/A para formar a CRT - Concessionária Rio-Teresópolis S/A que, desde 22 de março de 1996, administra os 142,5 quilômetros da Rio-Teresópolis-Além Paraíba (BR-116/RJ), no Estado do Rio de Janeiro. O trecho sob a concessão da CRT abrange a região onde estão os municípios de Duque de Caxias (a partir do entroncamento com a BR-040/RJ), Magé, Guapimirim, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto e Sapucaia, indo até a divisa com Minas Gerais, próximo à cidade de Além Paraíba. Os manifestantes começaram a se organizar em frente à entrada de Mauá e caminharam vagarosamente em direção à praça do pedágio. Durante a caminhada palavras de ordem foram ditas e diversas faixas denunciavam a insatisfação em realação à CRT. A polícia rodoviária federal acompanhou o protesto, e houve até mesmo um policial que tentou “negociar” com os manifestantes, como se fosse um preposto da CRT. Diante da negativa do grupo que apesar de reconhecer a autoridade policial do suposto negociador exigiu alguém da concessionária, dois diretores se dispuseram a responder algumas perguntas e até uma reunião foi marcada para breve. Uma questão que chamou muito a atenção dos presentes à reunião rápida que se formou no pátio da empresa, foi a declaração de seu diretor de que os acessos às estradas paralelas à rodovia para aqueles que driblavam o pedágio foram fechadas, a pedido da própria prefeitura, que na ocasião não “tinha” condições de executar a obra. Este acontecimento se deu no governo de Charles Cozzolino. O diretor afirmou também que tem um convênio com a prefeitura de Magé, onde mensalmente são doados toneladas de asfalto. Esta parceria, segundo palavras do diretor, vem de anos! Em relação à isenção de pedágio para moradores, ele foi taxativo: A CRT não tem autoridade para tal, cabendo tão somente à ANTT ( Agência Nacional de Transportes Terrestres). Mesmo se a CRT quisesse, não poderia. Após elogiar a ação dos manifestantes, ele solicitou ao MOVIMENTO que se organizasse, assim como fizesse uma lista das reivindicações, para que de posse dela, as partes se sentassem para junto com a ANTT, achar uma possível solução. O protesto ocorreu dentro da normalidade, foi pacífico e ordeiro. O trânsito no sentido Rio de Janeiro foi desviado por Piabetá e em sentido à Teresópolis por via Imbariê. Segundo os organizadores, novas manifestações serão feitas até que o objetivo seja alcançado. Representantes de outros distrito se fizeram presentes, como o representante da Associação de Moradores do Parque Estrela e Associação de Moradores de Suruí, representada por Renilda Jardim.