quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Poluição gerada pela Essencis causa doenças em três bairros de Magé

A empresa opera com resíduos tóxicos há quase 15 anos no município Ironicamente o nome é Central de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA), mas, para os moradores dos bairros Parque Boneville, Barão de Iriri I e II, é o endereço do perigo. Trata-se de uma unidade de tratamento de resíduos tóxicos, instalada em 1998 nas margens da Rodovia Rio-Teresópolis, para, segundo foi alegado na época “levar o progresso e gerar empregos”. Passados quase 15 anos a única coisa que o CTVA levou para o município de Magé são poluição e casos de doenças. A empresa, que chegou à cidade com o nome de Ambiência, agora é Essencis Solução Ambiental, mas, reclamam os moradores do seu entorno, nada mudou, muito pelo contrário, “as coisas só pioraram”. Nos últimos 12 meses a empresa recebeu várias multas da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, está com o alvará vencido e tudo indica que esse documento não será renovado, mas quanto à licença ambiental, essa é de competência do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o mesmo que vem liberando licenças para empresas poluidoras em vários pontos do território fluminense. A Essencis funciona numa área de 440 mil metros quadrados, instalada em 20 mil metros quadrados de galpões cobertos e são neles que o perigo habita. De frente para a empresa está o bairro Parque Boneville e do lado oposto os bairros Barão de Iriri I e II, distantes cerca de três quilômetros, distancia que não impede os moradores de sofrerem as consequências. A empresa foi notificada pelo Inea de que deveria instalar seis filtros anti-odor, providenciou apenas dois e ficou por isso mesmo. Os moradores do entorno reclamam que durante a madrugada o ar é tomado por forte cheiro de gás e por uma fumaça negra (resultado da queima do lixo hospitalar), o que dificulta a respiração. O problema afeta diretamente aos alunos da Escola Municipal Parque Boneville e, de acordo com os pais, muitos estudantes sofrem com problemas respiratórios. Em agosto o Inea foi novamente acionado pelos moradores, mas a situação continua a mesma. “A situação aqui é insustentável. Já vivia aqui com a minha família antes dessa empresa vir para cá. Quem deu a licença para o funcionamento dessa coisa ruim certamente não pensou em nós, em nossas crianças. Antes funcionava aqui a Emaq, que gerava empregos e não poluía. Agora tem essa aí, que não traz benefício algum”, protesta José Francisco de Souza. Braço de dois grandes grupos empresarias (Solvi e Cavo), a Essencis foi fundada em 2001 e atua em todo o território nacional e é apontada como líder do mercado no Brasil e detentora de muita influência, o que, segundo alguns moradores, estaria contribuindo para que o Instituto Estadual do Ambiente evitasse tomar decisões mais enérgicas.

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